Conta a lenda que Ogum, rei dos ferreiros, morava com sua companheira, a bela Oxum, rainha dos rios. Oxum ajudava Ogum no seu trabalho carregando docilmente seus instrumentos de casa à oficina e manejava o fole para ativar o fogo de sua forja.
Ogum criava as ferramentas, para todos os tipos de trabalhos, para o progresso dos homens, criava as coroas dos reis e as armas dos guerreiros. Ele trabalhava com muita habilidade o ouro dado por sua esposa, a prata dada por sua mão e o ferro que era de sua própria existência. Ogum, senhor de toda a tecnologia que existiu, que existe e que ainda existirá.
Dia e noite ouvia-se o som do metal sendo batido na bigorna ao ser moldado pelas mãos do hábil Ogum. a fornalha de sua forja era mantida sempre pelos pés de Oxum movendo o fole. Quando se passava naquele lugar se ouvia "tidam-tidam, kotu-kotu", e toda a aldeia era embalada por estes sons.
Um belo dia, um Babá-Égum veio até a aldeia assustando a todos, que desapareceram atrás de portas e janelas fechadas. isso muito entristeceu Babá-Égum que decidiu partir, no entanto, ao passar pela casa de Ogum e Oxum ouviu: tidam-tidam, kotu-kotu, tidam-tidam, kotu-kotu... Babá-Égum encantou-se com estes sons e começou a dançar, dançar e dançar, balançando suas belas vestes aos sons do rei ferreiro. as pessoas da comunidade vendo aquele aquele espetáculo pelas frestas das portas e janelas ficaram curiosas e começaram a se aproximar. Logo todos estavam batendo palmas ao ritmo dos sons da bigorna e do fole, animando ainda mais a dança de Babá-Égum que rodopiava, ora muito alto, hora muito baixo. A comunidade encantada com a dança atirava muitas moedas aos seus pés.
Ogum e Oxum ouvindo as palmas pararam o trabalho para ver o que acontecia. E ao abrir a porta viram Babá-Égum, que lhes fez reverencia e lhes ofertou muitas moedas. Logo depois, em um rodopio desapareceu no ar.
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