terça-feira, 22 de junho de 2010

África está na moda

Nunca se viu falar tanto de África desde o período de expansão do império europeu e dos massacres existentes durante as guerras por independência. Os valores culturais desta civilização estão em alta no mercado mundial devido à realização da 19ª edição da Copa do Mundo FIFA de 2010.
Agora os olhares estão para o continente África, em especial o país da África do Sul, só para lembrar. Entretanto toda essa avalanche de reportagens, noticiários e artigos nos faz refletir tanto sobre as questões históricas das invasões européias nos países do continente africano quanto os reais benefícios que a Copa do Mundo de Futebol traz para a população sul-africana negra.
O que percebemos é que os sul-africanos negros estão, mais uma vez, abrindo as portas do país, da cultura e costumes e casas para os estrangeiros invasores. Dizem que existe uma satisfação em receber os visitantes da mesma forma que foi dito durante o período das invasões territoriais, parece até que não existiram guerras contra as incursões portuguesas naquele período em que milhares de negros foram retirados de suas terras, de sua cultura e colocados, como escravos, nos porões de navios sendo transportados para o outro lado do continente. E hoje, durante a copa, as guerras deixaram de acontecer? E as manifestações pelos salários combinados?
Para os ditos invasores, as informações sobre os costumes, cultura e valores dos sul-africanos são novas, surpreendente, mas não deixa de considerá-los como primitivo. Fala-se de Apartheid, Nelson Mandela, Vulvuzelas, reis zulus, mas não escondem o medo da violência. Ou seja, se por um lado acontece o reconhecimento de uma civilização legitima por outro se abre margens para o seu recalque.
Será que os nossos irmãos estão inclusos no processo de globalização ou irão continuar a margem do desenvolvimento tecnológico mundial? Mas será que eles querem estar inclusos? Não podemos esquecer que quem produz, investe e financia este evento é o branco. E nossa relação com este nunca se deu de forma espontânea e natural. Será que desta vez poderemos confiar nos brancos?
Enfim, é momento de burlar fronteiras existentes entre negros e brancos. Mas será que isto é real? Mas como moda é algo que dura por apenas um determinado período sabemos que estas questões sobre África, segregação racial não irá permanecer por muito tempo no pensamento da população mundial.

Por Lucinete Araújo

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